UNIDAS Informa

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21 de novembro de 2018 - nº 1.168

 

21º Congresso Internacional UNIDAS reúne mais de 800 pessoas na Bahia


Evento contou com a participação de palestrantes nacionais e internacionais que debateram os caminhos para inovar na Saúde 

O 21º Congresso Internacional UNIDAS – CAMINHOS PARA INOVAR, um dos maiores eventos de saúde suplementar do país, reuniu cerca de 800 pessoas entre os dias 7 e 9 de novembro, em Costa do Sauípe-BA. Participaram líderes e dirigentes de operadoras de saúde, gestores, executivos de instituições públicas e privadas, representantes de sociedades de classe, médicos, enfermeiros, acadêmicos, formadores de opinião, prestadores de serviço, juristas e profissionais interessados no tema, entre eles, 33 presidentes, 7 vice-presidentes, 119 diretores, 163 gerentes e 14 assessores. 

Presidente da UNIDAS fala sobre desafios das autogestões e ações da instituição para enfrentá-los

Ao realizar a abertura do evento, o presidente da UNIDAS, Aderval Paulo Filho, falou sobre as resoluções da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), que colocam em risco a existência das autogestões ligadas às empresas estatais. "As autogestões são planos mais acessíveis. Temos compromisso com o nosso beneficiário", destacou. Ele também ressaltou a luta da UNIDAS para ter o reconhecimento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em relação às características desse segmento, que não tem fins lucrativos, e, portanto, devem assim ser tratadas pela entidade reguladora. 

A mediação do Congresso foi realizada pela jornalista Cilene Pereira, editora da revista IstoÉ.

 

Saúde do trabalhador

Cilene Pereira media debate entre Henio Braga (à esquerda), Carlos Ocké
e participantes
 

A saúde do trabalhador foi tema do primeiro painel do evento. Carlos Octávio Ocké-Reis, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES). Com a apresentação o financiamento da saúde dos trabalhadores, abordou as tendências para o mercado de saúde suplementar, que passam pelo custo crescente no segmento de serviços de saúde, a revolução técnico-científica e, sobretudo, o envelhecimento da população brasileira. 

“A inflação dos planos de saúde vem crescendo a uma taxa bem mais rápida que os demais serviços do país. Isso é um problema para as empresas, que financiam a saúde do trabalhador”, disse o palestrante. “Isso encarece cada vez mais os serviços de saúde. Contudo, como é um serviço de impacto social, o Estado tem a obrigação de subsidiar parte dos gastos com saúde", concluiu. 

Sobre o envelhecimento populacional, Carlos destacou a gravidade desse fenômeno para as autogestões, que já possuem uma população mais idosa. "Diferentemente da maneira como a ANS trata, as autogestões deveriam ser cada vez mais estimuladas a existirem, pois elas são essenciais para essa população cada vez mais envelhecida", destacou. 

Como alternativas a esses obstáculos à saúde suplementar, Ocké sugeriu que as empresas ajam em três diferentes vertentes: econômica, organizacional e assistencial, a partir do uso racional de insumos, tecnologia, medicamentos, além de um novo modelo de remuneração. 

O palestrante finalizou falando sobre os desafios das autogestões. “Temos que valorizar essa modalidade assistencial - as autogestões - dentro do modelo econômico brasileiro. As autogestões deveriam ter incentivos do Estado e da ANS, bem como ter uma atuação em conjunto com o SUS”, finalizou. 

No mesmo painel, o psicólogo e professor Henio Braga Junior falou sobre como os trabalhadores com sofrimento psíquico são tratados na saúde suplementar. O palestrante iniciou contando sobre a evolução das doenças psíquicas ao longo da história.

A depressão, a ansiedade e a síndrome do pânico são, hoje, os principais problemas de saúde mental. No Brasil, estima-se que 30 em cada 100 pessoas tenham algum problema de saúde mental. No mundo, há cerca de 300 milhões de pessoas no mundo com depressão. 

De acordo com Henio, o grande desafio é construir uma rede de atenção integral à saúde mental, que tenha um olhar interdisciplinar com coordenação de ações terapêuticas e ações de educação permanentes e redução de danos. “Falta atenção à saúde mental. O modelo como é estruturado hoje é muito fragmentado, não possibilitando o cuidado completo para o indivíduo”, finalizou. 

O futuro da saúde suplementar

Diretor da ANS destaca tendências para o futuro

Rogério Scarabel, Diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, falou sobre as tendências que se desenham para a saúde suplementar nos próximos anos. O palestrante mostrou números atuais do setor (2017), que tem 47,3 milhões de beneficiários em planos de assistência médica e geraram, em 2017, R$ 176,04 bilhões de receita com contraprestações (médico-hospitalares) e R$ 149,05 bilhões de despesas assistenciais (médico-hospitalares). “Os números da saúde suplementar a partir de 2015 mostram que houve uma redução nos números de beneficiários, mas 2018 já mostra uma recuperação”, afirmou. 

Durante a apresentação, Scarabel mostrou os impactos do envelhecimento populacional e das doenças crônicas e daquelas que reapareceram no Brasil, como sarampo, febre amarela e malária, na gestão das operadoras. “Esses fatores estão impactando a sustentabilidade da saúde suplementar e preocupa a ANS”. 

Scarabel falou ainda que em 2019, a ANS irá introduzir uma nova agenda regulatória, que será submetida previamente à consulta pública. Portabilidade de carência dos planos e introdução da capitalização no financiamento à saúde também estão entre os temas a serem debatidos. A agência também revisará a política de reajuste de preços.

“O diálogo entre os atores, a discussão com a sociedade brasileira e a construção conjunta do aperfeiçoamento do marco regulatório irá tornar possível a segurança jurídica, a previsibilidade e a sustentabilidade do setor de saúde suplementar”, afirmou.

 

O impacto da incorporação dos biossimilares na Europa e seus principais desafios

Na opinião de Gonçalves, os biossimilares devem ser olhados com bastante entusiasmo

O uso de medicamentos biossimilares no Brasil ainda causa dúvidas entre médicos e especialistas. Para ajudar a dirimir dúvidas dos participantes, a UNIDAS levou ao Congresso o chefe da unidade de biotecnologia, biofarmacêutica e molecular do Instituto de Investigação Médica e Farmacêutica (iMed) e professor de imunologia e biotecnologia da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, João Gonçalves, que compartilhou experiências do uso desses medicamentos no continente europeu. 

Segundo o especialista, a Europa começou a trabalhar com biossimilares há 12 anos, e está sempre em constante evolução. “Ainda assim, temos muitos passos a dar para avançar no uso desses medicamentos”, disse.

Com foco a ajudar a diminuir custos e, sobretudo, a salvar vidas, os biossimilares exercem papel fundamental e, ao longo desses 12 anos de tratamento, a Europa não identificou nenhum problema atrelado ao uso deles. 

Segundo Gonçalves, a discussão dos biossimilares tende a crescer ainda mais, fruto da iminência do vencimento de patentes de medicamentos biológicos que está em processo. “O resultado, no entanto, será uma desconfiança bem menor em relação a esses novos biossimilares, ante os primeiros introduzidos no mercado, uma vez que já conhecemos a eficácia deles”, esclareceu. 

Na opinião de Gonçalves, os biossimilares devem ser olhados com bastante entusiasmo, sobretudo diante de doenças oncológicas, por exemplo. “A previsão é que em 2020 o mundo gastará mais de 150 bilhões de dólares em tratamento de câncer. Logo, os custos vão aumentar e, portanto, precisamos ter respostas e alternativas para reduzir esse impacto e acredito que isso passa pela adoção dos biossimilares".

Em relação às desconfianças relacionadas à eficácia dos biossimilares, João ressaltou que os guidelines de qualidade são bastante criteriosos para esses medicamentos, com normas rígidas para a aprovação e produção. “Os mesmos reguladores que aprovam os medicamentos ‘normais’, aprovam também os biossimilares”, explicou o palestrante.

A adoção dos biossimilares pelas operadoras de saúde também foi tema da palestra. De acordo com João, os planos de saúde, ao adotarem os biossimilares, precisam ter um controle rígido para saber onde, quando e qual paciente está fazendo uso do medicamento, a fim de agir rápido em caso de quaisquer imprevistos.

Por fim, o professor fez um apelo: a importância de orientar os médicos para que eles ajudem na construção da confiança no uso desses medicamentos. Segundo o professor, países como Inglaterra, França, Dinamarca e Portugal já dão preferência na adoção do medicamento biossimilar em relação ao biológico nos protocolos de tratamento. 

A palestra teve apoio da Libbs.

Mudanças nos modelos de remuneração

         Cláudio Queiroz, Fabrício Campolina e Mária Andreazzi (à direita)
                            foram os palestrantes do painel

É imediata a necessidade de mudança dos atuais modelos de remuneração. Muito se debate e muitos caminhos se desenham. No entanto, efetivamente, pouca coisa mudou nos últimos tempos. Abrindo o painel, Fabricio Campolina, coordenador do Grupo de Trabalho de Modelo de Remuneração Baseado em Valor do Instituto Coalizão Saúde (ICOS) e diretor Brasil Ethicon na Johnson & Johnson, falou sobre novos modelos de remuneração em saúde: uma perspectiva ICOS. “A adoção de um modelo de pagamento baseado em valor gera risco para o hospital, indústria e prestadores de serviço”, refletiu. 

Campolina apresentou a definição de valor segundo o ICOS, permeada por três vertentes: percepção do cidadão quanto à experiência assistencial; prevenção e tratamentos apropriados que proporcionem desfechos clínicos de alta qualidade e, por fim, custos adequados em todo o ciclo de cuidado, permitindo a sustentabilidade do sistema de saúde. “Essa união é que gera o desfecho clínico de alta qualidade e custos adequados durante o ciclo", concluiu. 

Em seguida, foi a vez da médica Maria de Fátima Andreazzi, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cujo tema da apresentação foi modelos de pagamento de serviços médicos e de saúde. A médica iniciou falando sobre os modelos de pagamento de serviços médicos e de saúde. “O fee for service (pagamento por produção) é um dos modelos mais antigos que existem. Por isso, é difícil de mudar. Precisamos entender mais de teoria econômica para poder trabalhar a mudança de comportamento”, exemplificou Andreazzi.

Segundo Maria de Fátima, o prestador de serviços na saúde é um profissional que está entre duas forças: o interesse em obter lucros e o bem-estar do paciente. 

Fechando o segundo painel, o professor Cláudio Queiroz, apresentou o papel das lideranças no contexto de mudanças. Segundo ele, a liderança tem como papel gerenciar a atenção, o significado, a confiança e, claro, gerenciar a si mesmo. “A liderança não deve somente dar o foco, porque ele só gera o olhar e não mobiliza as pessoas. É por isso que precisa ter propósito”. 

De acordo com o professor, não há quebra de paradigmas sem envolvimento e o papel da liderança é preparar a equipe e a organização para o futuro que ainda não chegou. "Cada vez que eu envolvo as pessoas, eu acelero o processo de mudança", afirmou o palestrante. 

Queiroz foi enfático ao afirmar que mudanças só ocorrem quando há pessoas preparadas e dispostas a ela. 

Inovação sustentável e consciente

Paulo do Bem, gestor médico de atenção e inovação em saúde na Unimed Vitória, ressaltou que o sistema de saúde, muitas vezes, prima pela quantidade de serviços executados e não pela qualidade. Segundo ele, a saúde, um dos principais serviços para o bem-estar da sociedade, é baseado em um modelo insustentável que beira ao colapso. E, para piorar, o envelhecimento da população brasileira impacta o cenário atual. “O incremento de 1% na população de idosos aumenta em 3,5% os custos assistenciais. E cada vez mais temos idosos. Como se adaptar a essa realidade?”, questionou. 

Um dos caminhos, segundo o palestrante, é a união de três ações, já adotadas em países como os Estados Unidos: maximizar a qualidade com uma assistência à saúde centrada no paciente, acessível e segura; incrementar a saúde por meio de intervenções direcionadas à mudança em determinantes comportamentais, sociais e ambientais e, por último, reduzir o custo da assistência à saúde para indivíduos, famílias, empregadores e governo. 

Viver mais, mas com saúde: os desafios da longevidade

Joana Abreu, Paula Silva e Alexandre Kalache debatem envelhecimento da população  

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, de 1950 a 2050, a população acima de 60 anos deva crescer seis vezes no Brasil, o dobro do projetado para países como Canadá e Holanda. Em 2030, o número de idosos brasileiros vai superar pela primeira vez o de crianças com até 14 anos. No caso das operadoras de saúde de autogestão essa já é uma realidade que impacta profundamente a administração dos planos. Atualmente, as autogestões detêm 25,9% dos beneficiários com 60 anos de idade ou mais, enquanto a média do setor de saúde suplementar é pouco mais de 13%.

E é sobre esses e outros desafios do envelhecimento da população brasileira que o médico Alexandre Kalache, presidente da Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade, e as médicas portuguesas Joana Abreu e Paula Silva falaram no painel Viver mais, mas com saúde: os desafios da longevidade no Brasil.

Segundo Kalache, serão necessários ao Brasil apenas 18 anos (de 2012 a 2030) para dobrar a população de idosos, de 10 para 20% - o que ocorreu na França ao longo de 145 anos a partir de 1850. “Com todos os problemas que a sociedade brasileira tem, como vamos enfrentar mais esse, que é o envelhecimento da população?”, questionou.

De acordo com o médico, é preciso reinventar o envelhecimento e se preparar para uma vida longa “com a revolução da longevidade, a vida deixou de ser uma corrida de 100 metros para se tornar cada vez mais uma maratona”, exemplificou Kalache. 

Diante desse contexto, Kalache fez uma crítica. “Os países abastados ficaram ricos antes de envelhecer. Nós estamos envelhecendo antes de enriquecer. E nenhum candidato nesta eleição abordou o tema”. 

Alexandre Kalache foi enfático ao dizer que a discussão sobre longevidade passa por várias vertentes. “A revolução da longevidade passa por um processo de transformação da economia. Precisamos de prédios para idosos, turismo focado na terceira idade e mais serviços para essa população”. E ressaltou quão fundamental é oferecer serviços de saúde aos idosos de maneira barata e acessível, para que haja qualidade de vida. “É essencial focar na prevenção, e quanto antes minimizar ou eliminar os fatores de risco, melhor. Por isso, é fundamental ter uma estrutura de atenção primária à saúde para garantir a longevidade com saúde e independência”. 

Em seguida, foi a vez de Paula Silva, a médica geral e familiar na Unidade de Saúde Familiar (USF) das Conchas e do Hospital da Luz, ambos em Lisboa, fazer sua apresentação. “A idade oficial da União Europeia para alguém ser considerado idoso é de 65 anos. Portugal é o quarto país mais envelhecido, com 20% população com mais de 65 anos”.

A médica deu início à palestra falando sobre as experiências no país lusitano, inclusive com dados do funcionamento do Serviço Nacional de Saúde de Portugal, que foi criado em 1979, e possui características parecidas com as do SUS. 

De acordo com a palestrante, Portugal é um país com baixa natalidade, população envelhecida e com patologia múltipla. Por isso, em 2012, o país criou um Plano Nacional de Saúde que vale até 2020. 

O plano tem três pilares: incentivo à natalidade; criar jovens saudáveis e minimizar os impactos das doenças crônicas na velhice. O programa tem como objetivos diminuir a redução da mortalidade prematura (abaixo de 70 anos); melhorar a esperança de vida saudável a partir dos 65 anos e  combater a obesidade infantil e o consumo de tabaco.

Finalizando o terceiro painel do congresso, Joana Abreu, médica geral e familiar na Unidade de Saúde Familiar (USF) das Conchas, em Lisboa, deu sequência ao debate, contando mais sobre as experiências de Portugal com a gestão do envelhecimento.

Segundo ela, o isolamento social dos idosos deve ser combatido e o sistema de saúde português tem programas específicos para enfrentá-lo. “É aqui que devemos ressaltar a importância dos médicos de família, que possuem um papel importante na conscientização dos familiares no combate ao isolamento social dos idosos”, afirmou. 

Como o cuidado de saúde primário melhora a performance do sistema

Janett apresenta estratégias para eliminar falhas no cuidado de pacientes

Robert Janett, professor da Harvard Medical School e executivo da Cambridge Health Alliance, nos Estados Unidos, abordou como o cuidado de saúde primário melhora a performance do sistema. O palestrante apresentou estratégias para eliminar os gaps no cuidado do paciente, os impactos nos desfechos a partir da mudança no modelo de entrega do cuidado de saúde, as características gerais de um sistema de cuidado primário integrado e os resultados na aplicação deste modelo no sistema de saúde suplementar brasileiro. 

Segundo o palestrante, há um percentual altíssimo de tratamentos desnecessários, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. “Ao mesmo tempo, temos pacientes que não recebem o tratamento médico necessário para que eles se curem”, esclareceu. 

Durante a apresentação, Janett falou que prevenção e atendimento precoce são essenciais para evitar desperdícios de recursos na saúde. Por isso, a atenção primária é fundamental. “No Brasil, milhares de pessoas morrem em decorrência de um atendimento insuficiente. Isso poderia ser evitado se o paciente tivesse recebido o acompanhamento necessário na atenção primária”, finalizou o palestrante. 

A palestra teve apoio da MedPass.

Workshops

Neste ano, repetimos uma programação que fez sucesso em 2017, os workshops temáticos. Foram quatro salas diferentes com temas cuidadosamente selecionados pela comissão científica do evento. Confira abaixo um resumo de cada um deles:

O desafio de inovar na gestão em saúde (painel digital)

Estamos em uma época de desenvolvimento tecnológico sem precedentes. Todos os dias uma quantidade incontável de novas soluções bate às nossas portas. O resultado? Muitas vezes, a incorporação acrítica dessas inovações despende custos e recursos preciosos, sem trazer os benefícios esperados. Em um painel interativo, foram debatidas as novidades apresentadas para o mercado, onde se encaixam dentro do fluxo de trabalho, como podem gerar valor e quais são os pontos que precisam ser observados nas escolhas e nas implantações dessas soluções.

Eduardo Reis Maia, diretor nacional de Inovação e Estratégia da Amil, falou sobre modelagem de negócios em sistemas de saúde: fundamentos e experiências na transição para modelos sustentáveis. Maia, que abriu a apresentação refletindo sobre inovação, passou por um tema muito delicado na saúde brasileira, que é o desperdício. “A indústria de saúde é a campeã de desperdício, que pode chegar a até 60% no setor. E a saúde suplementar, para sobreviver, precisa caber no bolso dos 50% brasileiros com menor renda”, explicou o especialista. 

Em seguida, foi a vez do professor Aluísio Gomes da Silva Júnior apresentar uma reflexão sobre as inovações na atenção à saúde: possibilidades e problemas. “A adoção das inovações precisa contribuir para reduzir os problemas do contexto de saúde que temos hoje. Isso é inovar”, enfatizou o professor. 

Na sequência, Vilma Dias, diretora da Qualirede, falou sobre como inovar na gestão de planos de saúde: o fazer na prática. "O desafio é olhar as inovações - tanto pela mudança no modelo assistencial, como pela própria gestão em si - o quanto conseguimos analisar e ter um melhor processo de análise para a tomada de decisão", afirmou. 

O painel foi mediado por Anderson Mendes, diretor de integração da UNIDAS. 

Temas jurídicos atuais das autogestões

Os debates sobre as questões jurídicas na saúde compuseram um dos workshops. O painel teve a participação de Elaine Viana, gerente jurídica no Plano de Assistência à Saúde do Aposentado da Vale (Pasa); José Luiz Toro da Silva, consultor jurídico da UNIDAS, e Maurício Tesseroli Miot e Welington Luiz Paulo, consultores jurídicos-tributários da UNIDAS. 

Abrindo as discussões, Elaine Viana ressaltou o excesso de regulações por parte da ANS. Já José Luiz Toro deu uma aula relativa a gerenciamento de riscos, compliance, governança corporativa e acreditação de operadoras. 

Finalizaram os debates os advogados Welington Luiz Paulo, que a partir da apresentação a importância do terceiro setor no segmento da saúde suplementar e seus reflexos tributários fez algumas reflexões sobre pontos importantes nas operadoras de autogestão. “É fundamental, na atual conjuntura econômica, propor soluções como, por exemplo, padronizar o discurso a fim de evitar abusos por parte das autoridades fiscais”, e Maurício Miot, cuja palestra se referiu ao nascimento e as limitações do ressarcimento ao SUS, ressaltou as peculiaridades das autogestões – financeira e social. “É importante olhar com atenção o cenário de crise diante da oneração tributária e financeira que as autogestões em saúde têm sofrido nos últimos anos”, finalizou o palestrante. 

Iniciativas para redução de custos (cases operadoras)

Cláudia Trindade (diretora-presidente da Fundação Sanepar), Marcos César Todeschi (diretor de Serviços Sociais da Fundação Sanepar de Assistência Social), Roberto Noal (diretor financeiro e administrativo e de TI da Cabergs) e Werner Dalla (diretor de operações em saúde da Abertta Saúde, empresa do Grupo ArcelorMittal, e vice-superintendente da UNIDAS-MG). 

Com a palestra Viva Mais! Programa de Saúde Preventiva, Marcos César Todeschi e Cláudia Trindade apresentaram dados da evolução do programa da Fundação Sanepar, a partir de melhorias e da incorporação de inovações, com a finalidade de atender cada vez mais beneficiários e com mais qualidade, efetividade e resultados. “Esse é um tema muito caro para as autogestões, que precisam equilibrar a relação custo x valor da mensalidade de forma a permitir que seus clientes não sejam expulsos do plano por não terem condições de pagar a contribuição mensal”, explicou Todeschi. 

Já para Roberto Noal, cuja palestra abordou a transformação digital redefinindo a cultura organizacional, “o cenário da saúde atual é complexo, com inflação alta, modelo de remuneração inadequado (fee for service) e crescente demanda da judicialização. Entretanto é um mercado que oportuniza iniciativas de inovação e transformação, a fim de garantir maior qualidade e assistência aos usuários”. 

Por fim, Werner Dalla, na apresentação intitulada gestão de custos em saúde - case Abertta Saúde, compartilhou experiências exitosas da operadora. 

Inovação para promover a qualidade da rede assistencial e das operadoras

Daniel Meirelles (diretor-adjunto de Desenvolvimento Setorial da ANS), Lúcia Helena Mendes (autora do Programa UNIPLUS e diretora de negócios e consultora na Province Saúde), Rosangela Catunda (diretora geral da A4Quality) e Luciano Paiva (responsável pelo planejamento estratégico e desenvolvimento de soluções para o mercado brasileiro de saúde na LexisNexis Risk Solutions) foram os palestrantes da quarta sala de workshops. 

Meirelles, que abriu o debate, falou sobre inovação para promover a qualidade da rede assistencial e das operadoras de saúde e mostrou alguns programas de certificação de boas práticas em atenção à saúde conduzidos pela agência reguladora. “As ações que propomos visam melhorias para evoluir o padrão de qualidade do setor, com foco no beneficiário”, explicou. 

Em seguida, Lúcia Helena Mendes, coordenadora do Programa UNIPLUS, destacou as ações da certificação, que foi criada com o objetivo de avaliar e monitorar a qualidade assistencial e o desempenho de hospitais e clínicas em todo o Brasil. 

Enfática, a diretora geral da A4Quality afirmou que o UNIPLUS não se trata apenas de um selo. “O programa é benéfico para as operadoras e para os beneficiários. Ele tem a função de avaliar, de fato, o prestador, a fim reconhecer se ele está ou não prestando um bom serviço ao beneficiário”, afirmou. 

Quem finalizou o painel foi Luciano Paiva, responsável pelo planejamento estratégico e desenvolvimento de soluções para o mercado brasileiro de saúde da LexisNexis Risk Solutions. Com o tema Big Data e Analytics aplicado à gestão de saúde: um caso de sucesso, o especialista mostrou, a partir de cases de clientes, como a tecnologia pode ser uma aliada importante na gestão das operadoras de saúde. 

A mediação do painel foi de Marília Ehl Barbosa, sócia do Instituto Latino Americano de Gestão em Saúde (INLAGS) e sócia e avaliadora da A4Quality. 

Humor

E para finalizar 21º Congresso Internacional UNIDAS – CAMINHOS PARA INOVAR, o comediante, humorista e roteirista Afonso Padilha fez uma apresentação de stand up, que divertiu o público. 

Palestras patrocinadas

Flavio Brito e Elcio Piovesan debatem sobre enxaqueca e insuficiência cardíaca

A partir do convite da Allergan, Elcio Juliato Piovesan, o médico e professor do curso de pós-graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ministrou a palestra impacto da enxaqueca na qualidade de vida: novas evidências a personificam como uma doença de alto impacto clínico. De acordo com ele, a enxaqueca causa danos à vida do beneficiário. “O bem-estar do paciente fica comprometido, bem como a economia, devido aos custos no tratamento da doença”, explicou o médico.

Otimizando os cuidados de insuficiência cardíaca ao longo da jornada do paciente foi o tema da palestra de Flavio Brito, especialista em cardiologia e transplante cardíaco pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital TotalCor, convidado pela Novartis. Durante a apresentação, o médico ressaltou a importância da inovação no tratamento da doença.

Salas complementares

Alguns de nossos patrocinadores ofereceram uma programação complementar aos congressistas. Saiba quais foram os temas abordados. Saiba abaixo quais foram os temas abordados:

Americas Serviços Médicos 

Tema: Centros de especialidades e novos modelos de pagamentos


BSL Saúde

Tema: Inovação no modelo assistencial pós-agudo


Dasa

Tema: Tendências em medicina diagnóstica- os impactos sociais e econômicos da saúde


Janssen

Tema: Desafios do ônus oculto na psoríase - uma doença incapacitante


MedPass

Tema: Novos caminhos para valorizar os funcionários com investimentos inovadores em saúde


Rede Relief

Tema: Novos caminhos para valorizar os funcionários com investimentos inovadores em saúde


Takeda

Tema: Os desafios da incorporação de tecnologias na saúde suplementar e a avaliação do impacto financeiro


Zambon

Tema: Obesidade e cirurgia bariátrica: o cenário da redução de custos


Prêmio Saúde UNIDAS

Alberto Ogata explica critérios para escolha dos trabalhos premiados

O Congresso teve a tradicional entrega do Prêmio Saúde UNIDAS, edição 2018, com mais um recorde de concorrentes. No total, foram 53 trabalhos concorrentes. A comissão julgadora teve coordenação Goldete Priszulic, professora do MBA em Gestão da FGV, e de Alberto Ogata, presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida). 

O trabalho vencedor do Prêmio Saúde UNIDAS 2018 foi “Análise de impacto orçamentário (bia) da dor crônica sob a perspectiva de uma autogestão”, da Capesesp. O prêmio foi entregue pelo presidente da UNIDAS, Aderval Paulo Filho. 

Em segundo lugar ficou o trabalho “Custo-efetividade do implante de bioprótese aórtica transcatéter em um plano privado de assistência à saúde”, da Qualirede. O prêmio foi entregue pelo diretor de comunicação da UNIDAS, Fernando Zingano. 

O terceiro lugar ficou com o projeto “Avaliação do pé diabético como expressão da resolutividade da atenção primária na saúde suplementar”, da Cassi. O prêmio foi entregue pelo diretor administrativo-financeiro da UNIDAS, Wagner Oliveira. 

Cada trabalho vencedor ganhou uma inscrição para o 22º Congresso UNIDAS. 

4ª Expo e sorteios

A 4ª Expo UNIDAS foi realizada paralelamente ao Congresso. Além de ser um ambiente de negócios e de networking entre congressistas e empresas especializadas em soluções tecnológicas, ferramentas de gestão e diversos negócios voltados para o segmento da autogestão.

KLP Turismo, agência oficial do evento, sorteou passagens para Miami, Cancún, Florianópolis e Fortaleza

Tanto na 4ª Expo quanto durante os jantares nossos patrocinadores e apoiadores realizaram diversos sorteios e presenteassem os congressistas. 

Saiba quem foram os nossos parceiros neste ano: 

Patrocinadores

Abbott

Allergan

Americas Serviços Médicos

Benner

BSL Saúde

Clínica DOC

Dasa

Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo

Fácil Informática e Impacto

Grupo Geriatrics

Gympass

Haptech

Hospital São Camilo

ITC Vertebral

Janssen

Lar e Saúde – Assistência Domiciliar

LexisNexis

Libbs

MedPass

Mobile Saúde

MV

Novartis

Oncoprod sar

Qualirede

Rede Relief

Sabin Medicina Diagnóstica

Sanofi Pasteur

SaúdeBank

Takeda

Totvs

Zambon

 

Apoiadores

Bayer

Bristol-Myers Squibb

Camed Saúde

Cassems

CBV – Hospital de olhos

Clínica São Genaro

CSPAR Tech

Delife

EMS

E-Pharma

4 Bio

Grupo Quality Life

Hospital Nove de Julho

IBCC

Influence

KLP Turismo

Novo Nordisk

Orizon

Real Hospital Português

Roche

Teva

Unimed Aeromédica

United Medical

Univers

VitalMed 

Mais informações

As fotos do evento estão disponíveis em nossa página no Facebook e do Instagram. Você também pode ter acesso aos principais momentos do 21º Congresso em nosso Twitter.

UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde