8º SEMINÁRIO UNIDAS DEBATE PRÁTICAS INOVADORAS NA GESTÃO DA SAÚDE E REGISTRA RECORDE DE PARTICIPANTES

Mais de 400 pessoas participaram do 8º Seminário UNIDAS
Brasília recebeu na semana passada o 8º Seminário UNIDAS - Práticas Inovadoras na Gestão da Saúde. Este é um dos mais importantes eventos do segmento e reuniu cerca de 400 profissionais ligados à autogestão em saúde – um recorde de público de todas as edições. Integraram o público participante: 19 presidentes; 70 diretores; 105 gerentes; 25 coordenadores; 9 conselheiros; 19 técnicos de saúde; 45 analistas, advogados e auditores, além de 95 representantes da UNIDAS, entre diretores executivos e superintendentes.
O objetivo do evento foi levantar o debate sobre os principais desafios enfrentados pelo setor de saúde suplementar, especialmente, aqueles relacionados às autogestões, além de definir estratégias a curto, médio e longo prazos.
O evento contou com a participação do presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), José Carlos Abrahão. Participaram representantes da FenaSaúde, Abramge e Unimed do Brasil, e ainda líderes e dirigentes de operadoras de saúde, gestores, executivos de instituições públicas e privadas, representantes de sociedades de classe, médicos, enfermeiros, acadêmicos, formadores de opinião, prestadores de serviço, juristas e profissionais interessados no tema.
Modelagem preditiva, judicialização, compliance e sinistralidade foram assuntos abordados durante os dois dias de evento. Pela primeira vez, foram apresentados os trabalhos ganhadores do Prêmio Saúde UNIDAS, das filiadas Saúde BRB, Cassems e Camed.
Abertura

Diretores dão boas-vindas aos participantes
Os trabalhos foram abertos por parte da nova diretoria, composta pelo presidente Aderval Paulo Filho; vice-presidente, João Paulo dos Reis Neto, e pelos diretores Ricardo Ayache (técnico), Leonardo Trench (treinamento e desenvolvimento) e Anderson Mendes (integração).

Presidente da UNIDAS durante a abertura do evento
Na ocasião, Aderval Paulo Filho lembrou do GT autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para discutir autogestões e convidou ao palco o presidente José Abrahão, que destacou que muitos setores do Brasil “não têm o tamanho e importância das autogestões”. E lembrou que o segmento é o que agrega mais idosos e que, por isso, pode contribuir muito com a gestão deste público.
ANS

Abrahão destaca compromisso em rever regras para as autogestões
José Carlos Abrahão, presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destacou que há 160 autogestões no Brasil , responsáveis por 5 milhões de vidas.
Para ele, muitos setores do Brasil não têm o tamanho e a importância das autogestões. "As autogestões possuem o grupo com maior idade de toda a saúde suplementar. Acreditamos que esse setor pode contribuir muito para a gestão dessa população", ressaltou o presidente da ANS.
"Desejo boa sorte para a nova diretoria da UNIDAS e reforço que cumpri o meu compromisso ao criar o Grupo de Trabalho para discutir as especificidades das autogestões. Espero que possamos trabalhar para viabilizar alternativas para este segmento", finalizou Abrahão.
Ferramentas para o aprimoramento da gestão

Marcos Ribeiro, Adseu Andrade e Renato Couto debatem ferramentas de gestão
O superintendente da Usiminas, Adseu Álvares Andrade, e o diretor do DRG Brasil e IAG Saúde, Renato Couto, começaram o ciclo de palestras do 8° Seminário UNIDAS, com mediação de Marcos Roberto Moreira Ribeiro, da CASU/UFMG.
Adseu falou das ferramentas de gestão da Fundação São Francisco Xavier (fundada pela Usiminas no fim da década de 1960). Ele afirmou que não dá para falar sobre sustentabilidade das autogestões sem mudar o modelo de atendimento assistencial. E complementou: “Temos um modelo de assistência à saúde do século XX, atendendo demandas do século XXI".
Já Couto falou sobre o estudo do DRG Brasil (Diagnosis Related Group) e IAG (Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde), que analisou mais de 1 milhão de internações da saúde suplementar e mostra que a mudança no modelo assistencial e remuneratório pode gerar uma redução de 45% dos custos médico-hospitalares. “Tendo cuidados com atenção primária, há recursos sim para a saúde”.
Cases ganhadores do Prêmio Saúde UNIDAS

Trabalhos premiados pela UNIDAS são destaque no seminário
Pela primeira vez as filiadas apresentaram no seminário os trabalhos ganhadores do Prêmio Saúde UNIDAS. Os painéis foram mediados pela ex-diretora de treinamento e desenvolvimento da UNIDAS, Adriana Pereira Dias.
Primeiro lugar

O estudo "Atenção primária, modelo promotor de sustentabilidade e qualidade para uma operadora de saúde em Brasília" foi apresentado por Maria Luiza Barros Fernandes, coordenadora médica da Clínica Saúde BRB.
Segundo ela, a Clínica de Saúde da BRB Saúde possui um atendimento humanizado, do recepcionista ao médico. "O desenvolvimento do modelo de atenção primária é o ideal para a mudança pelo qual o sistema de saúde passa no país, 54% da carteira do plano já utilizou os serviços desta clínica", afirmou Maria Luiza.
Segundo lugar

A diretora de Assistência à Saúde da Cassems, Maria Auxiliadora Budib, detalhou o trabalho "Rastreamento de câncer de mama em mulheres de difícil acesso à rede credenciada de saúde no Estado de Mato Grosso do Sul".
De acordo com a médica, a Cassems contata individualmente as pacientes com exame atrasado, para agendamento. "Temos ônibus que buscam as pacientes para que possam ir aos centros de atendimento da operadora. Nossa equipe entra em contato para garantir que elas não faltem ao agendamento", contou Maria Auxiliadora.
Terceiro lugar

David Galiza, superintendente da UNIDAS-CE e superintendente de Relacionamento e Tecnologia da Camed apresentou o último trabalho, cujo tema foi "Gerenciamento domiciliar de pacientes com dependência a partir de uma perspectiva de acolhimento e otimização de custos."
Galiza abordou o Programa Amigo da Família Camed, que existe há 15 anos e leva assistência à saúde domiciliar para pessoas com dificuldades de locomoção.
"Hoje, 80% dos pacientes assistidos pelo programa possui mais de 80 anos. O programa tem custo médio de R$ 60 mil e proporciona uma economia de R$ 166 mil/mês à Camed.
Controle da sinistralidade na saúde suplementar

Representantes dos segmentos da saúde suplementar debatem sinistralidade do setor
A mesa redonda que contou com UNIDAS (diretor técnico Ricardo Ayache), Unimed do Brasil (diretor vice-presidente Alberto Gugelmin Neto), Abramge (presidente Reinaldo Camargo Scheibe) e FenaSaúde (superintendente Sandro Leal Alves) abriu a segunda etapa deste primeiro dia de Congresso.

Neto, da Unimed do Brasil, abriu o debate. Ele reforçou que há uma escalada crescente de custos assistenciais. “Nos últimos 10 anos, as receitas cresceram 80% e as despesas 200%. Nesse período, o reajuste do custo médico-hospitalar também ficou muito acima da inflação, variando entre 16% e 205%”, completou.

Na sequência falou Scheibe, da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), que foi categórico: "É impossível o sistema de saúde suplementar sobreviver no ritmo que está hoje". Segundo ele, mesmo com a redução de clientes, o índice de sinistralidade continuou igual entre suas filiadas e o “Custômetro”, iniciativa da Abramge para dar transparência aos gastos na saúde suplementar, não para de aumentar.

Alves, da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), complementou que na última década, apenas em 4 anos o resultado do setor de saúde suplementar foi positivo. "O preço de OPME no Brasil é absurdamente alto", disse.
O diretor de técnico da UNIDAS e presidente da Cassems, Ricardo Ayache, fechou o debate, observando o que mais pesa nos custos: hospitais, serviços médicos, medicamentos prescritos, clínicas/laboratórios e maternidade. Ele apresentou um estudo da Cassems, que está investindo fortemente na verticalização do atendimento, na prevenção e na redução dos custos operacionais. "A desospitalização tem sido essencial para a redução do índice de sinistralidade", acrescentou.
Na medida do possível

O apresentador Fernando Rocha contou, de maneira bem-humorada, sobre a sua “saga” pelo emagrecimento, amor pela dança e aprendizado com o programa Bem Estar, além de toda sua trajetória profissional. Rocha destacou que a vida não é feita de regras inquebráveis ou verdades absolutas. Nem fórmulas prontas.

O jornalista enfatizou que cada um de nós tem a sua medida certa, e que é preciso superar desafios. Para provar a tese "dance até sem saber dançar", convidou alguns participantes para finalizar o primeiro dia do seminário de forma animada e descontraída.
UNIPLUS

Lúcia Helena Mendes, assessora técnica da UNIDAS, apresentou detalhes do UNIPLUS – Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde, reconhecido pela ANS, e se colocou à disposição de operadoras, hospitais e clínicas para prestar mais informações sobre o projeto.
Comissão Técnica Mista UNIDAS/ABRAPP

Rogério Braz, à direita, explica o trabalho do grupo
O painel comandado por Rogério Carlos Lamim Braz, superintendente de Eletros Saúde, explicou que a comissão técnica mista UNIDAS/ABRAPP tem como objetivo discutir os temas específicos do setor. Autorregulação e certificação foram os assuntos que mais se destacaram no grupo.
Segundo Braz, esse é o momento ideal para falar sobre autorregulação: “Pelo menos R$ 22,5 bilhões de gastos com a saúde foram desperdiçados”.
O mediador do painel foi Maurício Messias, diretor de saúde e relacionamento do Economus Instituto de Seguridade Social.
Tecnologia a serviço da prevenção

Ana Cláudia de Assis Rocha Pinto, diretora de Produtos da Healthways, falou sobre modelagem preditiva, vital, segundo ela, para determinar eventos com maior chance de acontecerem no futuro. “Desta forma, podemos ajudar as empresas a gerir melhor seus benefícios em saúde, alocando o recurso certo para o indivíduo que realmente necessita de cuidados, principalmente porque os recursos são finitos”.
Diferencial competitivo

A palestrante Janaína de Queiroz, diretora jurídica e compliance officer para América Latina da Biotronik Comercial Médica, falou sobre a implementação de programa de compliance como diferencial competitivo no setor de saúde. Antes, ela deu um panorama geral, ressaltando que o índice de percepção da corrupção no Brasil subiu consideravelmente nos últimos dois anos, e que também por isso “ter uma política de compliance é essencial para a longevidade de qualquer empresa”.
Medidas de otimização da judicialização da saúde

Desembargador, à esquerda, apresenta medidas para otimizar judicialização
O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Renato Dresch foi o palestrante responsável por mostrar ao público como melhorar a situação da judicialização no país. O debate foi mediado pelo consultor jurídico da UNIDAS, José Luiz Toro da Silva.
Segundo Dresch, a judicialização da saúde onera tanto o SUS quanto a saúde suplementar. Atualmente, o país gasta entre R$ 6 bilhões e 7 bilhões com as ações judiciais envolvendo a área de saúde. Um gasto que, segundo o desembargador, é preocupante e evidencia que algo não está funcionando bem.
"A medicina baseada em evidências deve nortear qualquer decisão sobre saúde pública e saúde suplementar. Mesmo que os contratos de saúde estejam sujeitos ao Código de Defesa do Consumidor, não cabe ao judiciário assegurar acesso a produtos e serviços que não foram contratados, nem criar direitos que não existem", explicou.
Cenários da Saúde no Brasil

Vice-presidente da UNIDAS, à esquerda, traça cenário da saúde
O vice-presidente da UNIDAS, João Paulo dos Reis Neto, encerrou as palestras traçando um panorama da saúde, em comparação, inclusive, com outros países. Ele lembrou que as autogestões, por suas características, são as operadoras mais “estranguladas” hoje no mercado e enfatizou a importância de definir prioridades para usar melhor os recursos financeiros.
A discussão foi mediada por Cleudes Cerqueira de Freitas, membro do Conselho Deliberativo da UNIDAS.
Premiação
O final do 8º Seminário UNIDAS foi marcado por premiações. Confira os ganhadores:
Viagem para Buenos Aires

Rogério Neves, da UniSaúde (ao centro), recebeu das mãos de Renato Aureliano, diretor da Travel Plus Tur, cupom com direito a uma viagem com acompanhante, para Buenos Aires, incluindo passagens e hospedagem.
Fones de ouvido

Jackson Alcântara de Oliveira, do TRT 5ª Região, ganhou um par de fones de ouvido oferecido pela OPTUM, e entregue pela representante da empresa, Samara Recchi.
Cursos UNIDAS

Foram três os sortudos a receber das mãos da ex-diretora de treinamento e desenvolvimento da UNIDAS, Adriana Pereira Dias, um vale curso. São eles: Paulo Roberto Cabral, da Cafaz, Eliane Corrêa Soares Sales, da Geap, e Tatiane Andrade, da Cassems.
Livro

Karin Armange, da Geap, e Nileize Stelmack ganharam exemplares do livro UsiFamília - um modelo inovador de atenção integral na saúde suplementar.
Coquetel

O 8º Seminário UNIDAS contou com o tradicional coquetel de confraternização. A trilha sonora foi conduzida por Denilson Bhastos, participante do The Voice Brasil 2016, e Márcia Nunes.
Patrocinadores
A UNIDAS contou com a parceria de empresas tradicionais no mercado, para a realização do evento:
Axismed Telefônica Biotronik Fácil Informática Fisiotrauma 4 Bio Grupo Benner Heathways Intensicare Laboratório Sabin Medlife Optum Qualirede Travel Plus Tur
Encerramento

Antes do encerramento oficial, o diretor de integração da UNIDAS, Anderson Mendes, lembrou que a entidade completa 15 anos em 2017. E, para celebrar, fará o 20º Congresso UNIDAS, de 26 a 28 de outubro, onde foi realizada a primeira edição, em Foz do Iguaçu.
Ao final do seminário, o vice-presidente João Paulo dos Reis Neto agradeceu a participação de todos e deixou uma mensagem como reflexão: "Transparência é fundamental para o futuro do setor, assim como a flexibilização das regras da ANS. Temos uma responsabilidade muito grande em construir um sistema de saúde mais sustentável, com maior cuidado à saúde e com maior satisfação para o beneficiário. Precisamos deixar de ser pagadores de conta e sermos gestores de saúde, de fato", encerrou.
Saiba mais
Você pode conferir mais informações sobre o evento no nosso Twitter @UNIDAS_Saude e ver as fotos dem nosso Facebook.
Sobre a UNIDAS
A UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde é uma entidade associativa sem fins lucrativos, que tem por missão promover o fortalecimento do segmento da autogestão em todo o território nacional, fomentando a excelência em gestão de saúde e a democratização do acesso a uma melhor qualidade de vida dos seus 5 milhões de beneficiários – que correspondem a 11% do total de vidas do setor de saúde suplementar -, contribuindo para o aperfeiçoamento do sistema de saúde do País. Atualmente, a entidade congrega cerca de 120 operadoras de autogestão e é entidade certificadora reconhecida pela ANS, por meio do UNIPLUS.
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