Empoderamento do paciente e o futuro da medicina protagonizam debates do 20º Congresso UNIDAS

Evento celebrou 15 anos da entidade e reuniu cerca de 700 pessoas

Foz do Iguaçu recebeu entre os dias 26 e 28 de outubro o 20º Congresso Internacional UNIDAS – SAÚDE HOJE E AMANHÃ, um dos maiores eventos de saúde suplementar do país, que reuniu cerca de 700 pessoas. Participaram líderes e dirigentes de operadoras de saúde, gestores, executivos de instituições públicas e privadas, representantes de sociedades de classe, médicos, enfermeiros, acadêmicos, formadores de opinião, prestadores de serviço, juristas e profissionais interessados no tema.

“O evento foi um sucesso. Tivemos palestrantes internacionais e nacionais, referências em suas áreas discutindo o futuro da saúde de maneira extremamente qualificada. Além do debate rico, tivemos um evento único celebrando os 15 anos da nossa entidade, que fez seu primeiro Congresso aqui em Foz”, ressaltou Aderval Paulo Filho, presidente da UNIDAS. 

A saúde hoje

Álvaro Escrivão, Alfredo Almerares (em pé), Augusto Nunes e Simone Sanches discutiram o cenário atual da saúde

O primeiro painel do evento, que teve o jornalista Augusto Nunes como mediador oficial, reuniu Alfredo Almerares, médico com pós-doutorado em biomédica informática, do Chile, o doutor em medicina e professor da FGV Álvaro Escrivão Junior e a diretora de fiscalização da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Simone Sanches Freire. Almerares falou sobre A opção inteligente em saúde: informação e participação. Para ele, informar o paciente é o principal meio de torná-lo, de fato, parte do processo. “O público/paciente quer participar da escolha e participar da tomada de decisão também na área de saúde. E o público precisa de informações para se envolver”. Além disso, segundo ele, é fundamental explicar para médicos e pacientes todas as vantagens da tecnologia na saúde.

Já Álvaro trouxe Visão econômica a saúde, lembrando que na área da Saúde, os custos de procedimentos são muito mais caros que nos demais setores. “É preciso discutir se vamos oferecer tudo de ponta para uma parte da população ou dar o possível a todos. E quando se fala em visão econômica da saúde, a primeira pergunta é: de qual Brasil estamos falando? A saúde no país é diferente para a população de acordo com a classe social da qual ela faz parte”.

Simone fechou o painel com sua palestra: O papel da ANS no desenvolvimento da saúde no Brasil e destacou que a agência existe para garantir que os usuários de planos possam receber o que contratam e para que as empresas do setor possam existir de maneira sustentável.

Você está preparado para a inovação?

"Primeiro você ri da inovação, depois resiste, depois se adapta e depois chora por não ter aderido antes." Com esta frase, o ativista digital e professor da ESPM, INEPAD-USP e da FIA-LABFIN/PROVAR, Gil Giardelli iniciou sua palestra. Giardelli deu um panorama das grandes iniciativas na área da tecnologia, destacando a tríade da inovação: gestão do presente, gestão da mudança e gestão do futuro. 

Para ele, empatia e flexibilidade cognitiva são fundamentais para o chamado "deep work", processo de aprendizagem profunda pelo qual a sociedade precisa passar. "É preciso se desconectar para entender que quase tudo que você aprendeu vai mudar radicalmente em breve", acrescentou.

A saúde em transformação

Michiel Kortstee (à direita) e Giovanni Cerri falam sobre a transformação da saúde

O economista holandês Michiel Kortstee, abriu os trabalhos do segundo dia de congresso, com a palestra A transformação do modelo de custos da saúde na Holanda, e trouxe cases do país, destacando iniciativas e pilares importantes para o sistema, como a transparência.

"A Holanda reformou seu sistema de saúde em 2006. Hoje, o sistema público é gerenciado pela iniciativa privada, que funciona da seguinte forma: todos os cidadãos são obrigados a ter um plano e todas as operadoras são obrigadas a aceitar todos os cidadãos. O governo possui apenas um papel mediador de garantir o funcionamento do mercado, a justa concorrência, o orçamento sob controle e a regulação do setor para que haja concorrência efetivamente", explicou Kortstee.

O painel contou também com o professor titular de radiologia da FMUSP, Giovanni Guido Cerri, com o tema Desafios da saúde no Brasil: como enfrentar o futuro, apontando os principais fatores que impactam a saúde.

Segundo ele, houve uma redução de mortes ocorridas pelo fumo, falta de exercícios físicos e alimentação saudável. Mas, por outro lado, mortes por hipertensão e o consumo excessivo de álcool aumentaram. "O tratamento de doenças crônicas representa 60% dos gastos do sistema de saúde. É preciso investir em prevenção. O brasileiro é leniente com a própria saúde. Ele se preocupa com o tema, mas não consegue colocar a mudança em prática", disse Cerri.

A saúde amanhã

Guldemond, Balestrin e Carina discutem o futuro da saúde

Os especialistas holandeses Nick Guldemond (professor de cuidados e tecnologia integrados no Instituto de Política e Gestão da Saúde da Universidade Erasmus de Roterdã) e Carina Hilders (diretora-geral do Hospital Reinier de Graaf, e médica especializada em ginecologia e obstetrícia), e Francisco Balestrin, vice-presidente executivo e diretor médico corporativo do Grupo VITA e presidente do Conselho de Administração da ANAHP protagonizaram o debate sobre o futuro da saúde.

Guldemond trouxe ao debate o tema Criando novos valores e abordagens nas relações da saúde –  O que a experiência holandesa nos inspira a arregaçar as mangas. Ele falou da importância de manter o idoso ativo, evitando problemas relacionados à solidão e depressão. Lembrou que a tomada de decisões na área médica é racional, mas, em casos de idosos, é importante tomar a decisão médica e também ter um olhar social. 

Na sequência, Balestrin falou sobre O futuro dos hospitais, o hospital do futuro, que destacou os três desafios dos hospitais: aumento de necessidades da população, restrição de recursos e mudança de valores sociais. "Hospitais precisam oferecer qualidade. Acesso sem qualidade não é bom para ninguém. Eles precisam ter como valores: eficiência na execução, segurança assistencial, qualidade, satisfação do médico, resolutividade da assistência e contenção de custos", afirmou.

Carina encerrou o debate com a palestra Liderança médica hoje e amanhã e reforçou que é necessário ter lideranças médicas, com o médico conectando o domínio médico com o administrativo. “O objetivo é melhorar o cuidado do paciente diariamente”, finalizou.

Inovar ou morrer

O médico Qi Li, um inovador na área da saúde, com experiência em criação de novos produtos, pesquisa e desenvolvimento de negócios globais realizou a palestra inovar ou morrer. Ele afirmou que muitas empresas que não são do segmento estão apostando na inovação na área da saúde. "Para redução de custos na área, a saída é inovar. E para inovar, você precisa desenvolver o ambiente do qual faz parte”, disse.

Para o palestrante, a inovação ajuda a levar a saúde mais longe. Ele explicou que com a telemedicina, por exemplo, é possível ter atendimento médico à distância.

A saúde através do tempo

Pondé, à direita, abordou a saúde total no futuro

O jornalista Augusto Nunes e o filósofo Luiz Pondé fecharam as atividades do Congresso. Nunes conduziu a palestra Saudade do médico de família tem cura, uma palestra feita, segundo ele, para quem tem saudade do médico de antigamente. “O brasileiro costuma idealizar o passado, mas esquece que as coisas mudam e avançam”.

Pondé falou sobre A doença da saúde total no futuro e como a tecnologia tende a transformar o conceito de saúde em um conceito instável. Segundo o filósofo, a medicina de precisão é um caminho sem volta, porque somos uma espécie mortal. "Sabemos que somos mortais, mas queremos viver mais. A técnica para prolongamento da vida avança sem pensar nas questões éticas, filosóficas e morais de viver após os 100", finalizou.

Seminário UNIDAS

Neste ano, o evento foi marcado por uma novidade: cinco salas temáticas à escolha dos congressistas:

Sala 1

Teve como tema Resultados e propostas na atenção primária à saúde, com dois painéis. O médico de família Fernando Amorim destacou as características da atenção primária na saúde suplementar e o diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, William Mendes, contou a experiência da Cassi, que há 15 anos implementa políticas de atenção primária e tem obtidos resultados relevantes no controle de doenças crônicas. O debate foi mediado pelo presidente do Conselho Deliberativo da UNIDAS, Aníbal de Oliveira Valença.

Sala 2

Presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/PR destrinchou a validade jurídica do ressarcimento dos planos ao SUS

O debate abordou assuntos jurídicos e legislativos na saúde suplementar. Panorama fiscal das autogestões: taxa de saúde suplementar e contribuição previdenciária (autônomos), sobre os valores repassados pelas operadoras aos profissionais credenciados foi o tema da palestra do advogado Welington Luiz Paulo, consultor tributário da UNIDAS e membro da Comissão de Direito Tributário da OAB-PR. Ele foi sucedido pelo também advogado e consultor tributário da UNIDAS , Maurício Tesseroli Miot, que explicou as particularidades da cobrança do ISS sobre as autogestões, que por serem entidades sem fins lucrativos, deveriam ser imunes à cobrança deste tributo. 

Na sequência, o advogado Fábio Artigas Grillo, presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/PR, falou sobre a validade jurídica do ressarcimento dos planos ao SUS. Já o consultor jurídico da UNIDAS, José Luiz Toro da Silva, falou sobre a reforma da lei 9656/1998 e sobre como ela deveria dar equidade às autogestões, quando comparadas com os demais segmentos do mercado de saúde suplementar. O último tema foi Ponderações sobre a vinculação direta das operadoras de planos de saúde aos direitos fundamentais positivados na Constituição Federal, conduzido pelo advogado e professor Nildeval Chianca Jr. 

O painel foi mediado por Alexandre José Lima Sousa, do Conselho Fiscal da UNIDAS.

Sala 3

Juliana, João Paulo e Ayache falam sobre gestão em oncologia

O tema debatido foi gestão em oncologia: epidemiologia, quimioterapia e custos da carteira do plano, com mediação de Ricardo Ayache, diretor técnico da UNIDAS e presidente da Cassems. João Paulo dos Reis Neto, vice-presidente da UNIDAS e presidente da Capesesp, falou sobre a jornada do paciente com câncer para a operadora de saúde - Estudos de mundo real em uma autogestão. A médica Juliana Martinho Busch deu sequência ao painel falando sobre incidência do câncer, como funciona, funcionalidade da quimioterapia nas últimas semanas de vida e os custos hospitalares dos últimos cinco anos de vida de pessoas vítimas do câncer.

Sala 4 

Reynaldo Rocha Jr fala sobre plataforma de gestão clínica

O debate abordou Gestão de custos e da qualidade assistenciais, com mediação de José Antônio Diniz, membro do Conselho Deliberativo da UNIDAS. Henio Braga Junior, gerente executivo de Planos de Saúde Cassi, e Humberto Santos Almeida, diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, falaram sobre Gestão da internação e segurança do paciente. O médico Reynaldo Rocha N. Júnior, especializado em Gestão de Sistemas e Unidades de Saúde, completou o painel falando sobre Plataforma de gestão clínica.

Sala 5

A médica Tânia Grillo apresentou alternativas para diminuir a sinistralidade

Novos formatos de remuneração na saúde que garantam um ganha-ganha para todos os envolvidos no setor foi o tema do debate. A médica Tânia Grillo falou sobre as possibilidades de diminuição da sinistralidade hospitalar com o DRG Brasil. Ela apresentou cases mostrando que é possível controlar e diminuir os gastos com internações. 

Na sequência, a engenheira clínica Luciane Infanti encerrou o painel falando sobre a avaliação dos serviços hospitalares e a importância desses indicadores para uma transformação no modelo de remuneração. Ela apresentou o case do Hospital do Subúrbio, na Bahia, uma parceria público-privada mantida pelo governo estadual. “Precisamos entender quais indicadores de qualidade eram importantes para a fonte pagadora e desenhamos um modelo de remuneração que garantisse a entrega de todos os indicadores – no caso, além do volume de procedimentos, era fundamental a qualidade do atendimento prestado”, explicou. 

Prêmio Saúde UNIDAS 2017

O Congresso teve a tradicional entrega do Prêmio Saúde UNIDAS, edição 2017, com mais um recorde de inscrições. A comissão julgadora foi composta por Goldete Priszkulnik e Reynaldo Rocha Junior. O presidente Aderval Paulo Filho, o diretor Técnico, Ricardo Ayache, e o diretor de Comunicação, Wagner Oliveira entregaram os prêmios aos vencedores.

O trabalho vencedor do Prêmio Saúde UNIDAS 2017 foi "Estudo de Caso: Controle Sobre Fatores de Risco para o Câncer com Dados do Inquérito Epidemiológico realizado em beneficiários em um plano de saúde no Brasil: 10 anos de acompanhamento", da Capesesp. O prêmio foi entregue pelo presidente da UNIDAS, Aderval Paulo Filho, e por Goldete Priszkulnik.

Em segundo lugar ficou o trabalho "Pesquisa do Perfil Epidemiológico dos Planos de Saúde administrados pela Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social", da Fachesf. O prêmio foi entregue pelo diretor de comunicação da UNIDAS, Wagner Oliveira, e por Goldete Priszkulnik.

O terceiro lugar ficou com o projeto "O Manejo do Estresse como estratégia educacional de promoção à saúde e bem estar no mundo corporativo", da Saúde BRB. O prêmio foi entregue pelo diretor técnico da UNIDAS, Ricardo Ayache, e por Goldete Priszkulnik.

Prêmio IDSS 2017

Como já é tradição, a UNIDAS entregou um prêmio às autogestões filiadas que receberam nota máxima (0,80 a 1) no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) 2017, ano base 2016. A homenagem foi realizada no almoço de encerramento do 20º Congresso Internacional UNIDAS – SAÚDE HOJE E AMANHÃ.

Neste ano, 50 autogestões filiadas à UNIDAS obtiveram a nota máxima:

Abertta Saúde, Affeam Saúde, Affego Saúde, Afrerj, Agros, Amagis Saúde, Ammp Saúde, Arceleromittal, Asfeb, Aspará, Banescaixa, BHTrans, Boa Vista Energia, Cabefi, Cabesp, Caeme, Cafaz, Cagipe, Campe, Casec, Casse, Cassind, Casu/UFMG, Cemig Saúde, Cesan, Compesaprev, Copass-Saúde, Desban, Economus, Eletros Saúde, Faeces, Famed, Fapes, Fisco Saúde, Funasa Saúde, Fundação Cesp, Fundação Copel, Fundação Libertas, Fundação Sanepar, Fundação São Francisco Xavier, ICS, INB, Judicemed, Pasa, Sabesprev, Sameisa, Saúde BRB, Saúde Caixa, Serpro e Unafisco.

3ª Expo e sorteios

A 3ª Expo UNIDAS foi realizada paralelamente ao Congresso. Além de ser um ambiente de negócios e de networking entre congressistas e empresas especializadas em soluções tecnológicas, ferramentas de gestão e diversos negócios voltados para o segmento da autogestão, as empresas expositoras também realizaram diversos sorteios. 

Ganhadora da passagem para Paris

Neste ano, os nossos patrocinadores e apoiadores sortearam duas cestas mineiras, três cafeteiras, um relógio com monitor fitness, um tablet, três smartphones, um drone, um par de óculos de realidade virtual, dois passeios de helicóptero pelas cataratas e quatro passagens aéreas individuais para Santiago (Chile), Madri (Espanha), Nov York (Estados Unidos) e Paris (França).

Saiba quem foram os nossos parceiros neste ano:

Patrocinadores

Abbott

Astrazeneca

Benner

Clínica São Genaro

Cora

Fácil Informática e Impacto

Gestão Opme

Grupo Oncoclínicas

Haptech

Healthways

Hospital Sepaco

Influence

Intersystems

MV

Optum

Placi

Sabin

Sanofi Pasteur 

Apoiadores

Accord

Americas

Bayer

Beneficência Portuguesa de São Paulo

Biotronik

Coopermédica

Cristália

4 bio

Funcional

Grupo Dasa

Grupo Santa Celina

Hospital Albert Sabin

Hospital 9 de Julho

Hospital São Camilo

Lexisnexis

Oncoprod Sar

Real Hospital Português

Salutis

Takeda Oncology

Unimed Aeromédica

Univers

Agência oficial

Travel Plus Tur

Outras informações: https://www.facebook.com/UNIDASAutogestaoemSaude/ @UNIDAS_SAUDE e  http://www.unidas.org.br/20/