UNIDAS participa de Congresso sobre futuro da saúde

O presidente da UNIDAS, Luís Carlos Saraiva Neves, participou do X Congresso Nacional de Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde, realizado 22 a 24 de julho de 2015, em Santos, São Paulo.
Saraiva integrou o painel “Presente e Futuro da Saúde Suplementar”, no segundo dia de debates. Confira, abaixo, o texto produzido pela assessoria da Confederação das Santas Casas de Misericórdia.
Aumento de custos na Saúde
é problema comum para segmentos de planos de saúde
Os variados segmentos de operadoras de planos de saúde enfrentam, basicamente, as mesmas dificuldades. Segundo os participantes do painel “Presente e Futuro da Saúde Suplementar”, realizado nesta quinta-feira (23), a gestão dos custos, ressarcimento ao SUS, envelhecimento da população, judicialização e a inovação tecnológica são os principais desafios comuns do Setor de Saúde Suplementar.
O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, participou da mesa e apresentou os dados do Setor, ressaltando que o Brasil é o 2º maior mercado de planos de saúde do mundo, dando assistência a 50,8% da população brasileira. Segundo dados da ANS, 1417 operadoras estão atuando com uma receita de R$ 124,62 bilhões e uma despesa assistencial acima de R$ 105 bilhões. A taxa de sinistralidade também é alta, chegando a 84,9% da receita.
Abrahão ressaltou a importância da mudança de foco do negócio, saindo do volume de serviços para o resultado da assistência. Nesse sentido, ele informou que é preciso mudar o modelo de remuneração, já que o que prevalece hoje no Brasil vai de encontro à tendência mundial, uma vez que estimula o consumo e resulta em desperdício, enquanto a Saúde mundial está voltada para a redução e controle.
Ele voltou a defender a integração do Sistema de Saúde brasileiro, citando medidas como o cartão nacional de saúde, o registro eletrônico e o ressarcimento ao SUS – olhando o custo x efetividade como um todo. Os participantes da plenária enviaram várias perguntas sobre o ressarcimento, mas o presidente da ANS disse que “é uma determinação legal e, por isso, deve ser cumprido”.
A inovação tecnológica, por sua vez, representa de 50% a 75% do aumento dos gastos de saúde. Isso porque a tecnologia não é substituída, mas incorporada. “Representa um aumento nos gastos, mas é um custo produtivo necessário”, afirmou o presidente da ANS.
Quanto à segregação do CNPJ de operadoras e hospitais verticalizados, Abrahão disse que o hospital tem de tratar a operadora como as demais. “É preciso ter uma gestão independente para cada entidade. Não acontece apenas com os filantrópicos, mas em várias entidades que se verticalizaram. Se não separar a gestão da operadora do prestador não vai dar certo. Eles podem se potencializar, mas a gestão deve ser independente. Isso demonstra a qualidade da gestão”, disse.
UNIDAS
O presidente da UNIDAS, Luís Carlos Saraiva Neves, disse que o modelo atual de operadoras está esgotado e é preciso pensar novas formas de atuar junto aos prestadores e beneficiários. Ele citou os desafios comuns e destacou que, em relação ao envelhecimento da população, é preciso buscar soluções inteligentes para garantir a sustentabilidade, oferecendo produtos de qualidade.
Para a UNIDAS, a conjugação da assistência secundária e terciária à atenção primária é essencial para um novo modelo assistencial, com foco na promoção de Saúde.
Filantrópicas
Para as entidades filantrópicas, as intervenções municipais na gestão das Santas Casas são um fator complicador para a gestão dos planos de saúde. Segundo o representante da CMB, Antonio Barros Junior, a falta de conhecimento dos provedores e alguns sinais da gestão também podem interferir na saúde dos planos. Ele apresentou questões operacionais que causam dificuldades às operadoras.
Barros encaminhou à ANS que fosse revista a classificação das Filantrópicas na regulamentação, modificando o termo para entidades sem fins lucrativos, para que não haja confusão conceitual. Ele também sugeriu que a Agência faça um cálculo atuarial dos novos procedimentos e regule sua cobertura, evitando, assim, a judicialização. Dessa forma, espera-se ter uma visão do impacto econômico-financeiro que novos procedimentos e medicamentos podem ter para o mercado.
Abramge
O economista sênior da Abramge, Marcos Paulo Novais, também destacou a incorporação de novas tecnologias, o ressarcimento ao SUS, OPMEs e outros desafios que aumentam o custo da Saúde. Ele ressaltou a necessidade de se estar preparado para a longevidade, apontando a Variação Anual dos Custos de Procedimentos Médico-Hospitalares (VCHM). A entidade já está discutindo, inclusive, o impacto que o novo rol de procedimentos, que entra em vigor em janeiro de 2016, deve ter sobre as operadoras.
Quanto ao modelo de remuneração, a Abramge defendeu que precisa ter uma mudança de incentivos, com integração entre os elos da cadeia produtiva, trabalhando para o acesso, o cuidado aos beneficiários, com atenção aos custos.
ANS
Uma equipe técnica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está realizando atendimento, tirando dúvidas sobre TISS, Ressarcimento, DIOPS e SIB durante todo o evento. Este é o segundo ano que a ANS participa do Congresso da Rede, trazendo esclarecimentos e otimizando o relacionamento com as operadoras.
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